O tempo instável e o vento mistral têm causado várias interrupções
na “voabilidade” dos dias, e mais uma vez ficamos alguns dias sem voar. Nada de
novo nos Alpes…
A 4ª manga desenrolou-se pela 1ª vez com céu azul, sem
nuvens, mas com o andamento do costume. Um grande grupo na frente sempre com ritmo
altissimo, e vários fugitivos a tentar opções
diferentes. No entanto ate ao final manteve-se sempre mais ou menos coeso.
Na penultima baliza houve finalmente a decisão final ao
revelar-se bastante complexa a condição aerológica no local da baliza. A previsão
indicava vento forte e durante a manga tínhamos vindo a verificar isso mesmo,
com longas transições contra-vento a notar-se particularmente se se ficasse
baixo. Aqui, fiquei sotaventado juntamente com um grupo de cerca de 20 pilotos
e 50m fizeram a diferença entre quem conseguiu passar por cima do monte para o
barlavento ou quem ficou no escoamento varrido e foi para o chão. Ainda assim
consegui escapar ao sacar uma térmica muito derivada do fundo do vale e chegar
ao golo, mas com bastante atraso para o grupo onde vinha até ali. O Ciby vinha
também bem posicionado e com grande ritmo, a mostrar uma subida notável de forma
e a adaptar-se ao local e ao estilo de voo por aqui (prego a fundo). No entanto
acabou por sofrer um grande fechaço na saída da ultima térmica e com alguma má
sorte perdeu o controlo da asa. Teve de lançar o paraquedas de emergência e
aterrou em segurança e sem danos físicos. Apenas o ego ficou ferido, e o
sentimento de que é possível voar ao nível dos melhores do mundo.
O resto da equipa entrou no end-of-speed.section um pouco
mais tarde, num dia bastante duro em que entrou vento forte a dificultar a
prova.
A 5ª manga foi arrancada a ferros num dia bastante frio e estável.
A descolagem foi atrasada varias vezes mas finalmente la fomos todos para o ar.
Subia-se menos e com mais dificuldade que nos dias anteriores mas na hora do
start lá fomos todos. Na 2ª baliza entramos num vale que ainda não tínhamos voado
antes e havia térmica forte mas sabíamos que no regresso teríamos de passar no
mesmo percurso e com a velocidade que íamos, antevia-se uma parte chata. Aqui fizemos
o tecto máximo do dia, cerca 2500m, mas
revelou-se muito duro e penoso o regresso. Bastante turbulência e vento forte
de frente condicionaram esta parte da prova e o Roberto e o Ciby acabaram por não conseguir passar no
venturi de regresso ao vale principal. Aqui a condição também não estava fácil e
a térmica estava bastante forte e turbulenta. Houve algumas “quase-colisoes” e
foi necessária a maxima atenção e concentração na pilotagem da asa. A corrida
continuava e o grupo da frente sempre a puxar forte. A próxima baliza era no
sotavento da crista que delimita a passagem para o vale seguinte e foi feita
com pouca altura para novo regresso á crista do meio do vale, onde sempre nos
apoiamos nas transições entre balizas. Parecia que íamos sempre contra-vento e
notava-se o dia a terminar já, com os topos da térmica a ficarem mais abaixo
que no inicio da corrida. A transição do vale para a ultima baliza foi feita a
optimizar as linhas e depois foi so encostar á crista do outro lado que nos
levava quase á baliza. Mais uma vez as ascendentes bastante desordenadas
dificultaram a subida e atrasei-me na saída para o golo. Cheguei com 11 minutos
de atraso para o 1º num dia difícil mas em que ainda assim terminaram cerca de
80 pilotos. O numero diz tudo.. o Paulo Silva acabou por aterrar na zona da
ultima baliza ao apanhar já a condição a morrer e com o vento a aumentar ainda
mais.
Amanhã é o ultimo dia do campeonato, continuamos focados até
ao fim.